A falácia da falsa causa (post hoc ergo propter hoc ou cum hoc ergo propter hoc) ocorre quando se assume que uma relação entre dois eventos implica necessariamente uma relação de causa e efeito. Essa falácia ignora a possibilidade de coincidência, fatores externos ou uma relação inversa entre os eventos.
A falácia da falsa causa foi identificada por filósofos desde a Antiguidade, sendo discutida por Aristóteles na sua análise sobre falácias. No pensamento científico, a distinção entre correlação e causalidade foi refinada por estudiosos como David Hume, que enfatizou que a mera sequência temporal não prova relação causal.
É uma falácia comum em debates políticos, medicina alternativa, pseudociência e economia, onde a causalidade é frequentemente assumida sem evidências concretas.
A falsa causa funciona porque os seres humanos têm uma forte tendência cognitiva a buscar padrões e relações de causa e efeito, mesmo quando eles não existem.
Isso pode acontecer de duas formas principais:
Exemplos:
Superstição:
Política:
Saúde:
Esses vieses fazem com que a falsa causa pareça intuitiva, mesmo sem evidências sólidas.
Marcos compra um amuleto e, no dia seguinte, recebe uma promoção no trabalho. Ele acredita que o amuleto trouxe sorte e passa a usá-lo sempre, sem perceber que sua promoção foi resultado de meses de esforço e reconhecimento profissional.
Um novo prefeito assume e, seis meses depois, os índices de criminalidade caem. Seus apoiadores dizem que isso prova sua competência, sem considerar outros fatores, como mudanças na economia ou estratégias da polícia que já estavam em andamento antes de sua posse.
Maria estava gripada e tomou um chá recomendado por sua avó. Dois dias depois, estava curada. Ela conclui que o chá foi responsável pela melhora, ignorando o fato de que a gripe normalmente desaparece em alguns dias por conta própria.
O estudo “Illusory Causation in Judgment” (Lilienfeld et al., 2010) examina como as pessoas tendem a inferir relações causais errôneas com base na proximidade temporal e na correlação. Os pesquisadores mostraram que, sem controle experimental, é muito fácil confundir correlação com causalidade.
Referência:
Lilienfeld, S. O., Lynn, S. J., Ruscio, J., & Beyerstein, B. L. (2010). 50 Great Myths of Popular Psychology: Shattering Widespread Misconceptions about Human Behavior. Wiley-Blackwell.
A falácia da falsa causa nos leva a tirar conclusões erradas porque buscamos padrões e relações de causa e efeito, mesmo onde eles não existem. Para evitar esse erro, devemos sempre perguntar: “Existe uma evidência real de causalidade ou apenas uma coincidência?”
Adotar uma mentalidade científica e buscar explicações baseadas em dados nos protege de crenças infundadas e manipulações argumentativas.
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