A falácia do apelo à tradição ocorre quando se argumenta que algo deve ser mantido ou aceito apenas porque “sempre foi assim”. Esse argumento assume que a longevidade de uma prática ou crença é, por si só, uma prova de sua validade ou correção.
Embora a tradição possa ter valor cultural e histórico, isso não significa automaticamente que seja racional, eficiente ou moralmente correta.
O apelo à tradição já era reconhecido na filosofia aristotélica como um erro de raciocínio. Filósofos iluministas, como John Locke e Voltaire, criticaram a aceitação cega de tradições sem questionamento racional.
Essa falácia é comum em debates sobre normas sociais, leis, religiões e costumes, sendo usada para resistir a mudanças sem oferecer justificativas concretas.
A falácia do apelo à tradição funciona porque muitas pessoas associam a longevidade de uma prática à sua legitimidade. No entanto, uma tradição pode ser mantida por diversos motivos (inércia, conveniência, falta de questionamento) e não necessariamente por ser a melhor escolha.
Exemplos:
Educação:
Direitos Humanos:
Ciência e Medicina:
Esses vieses fazem com que o apelo à tradição pareça convincente, pois nos sentimos confortáveis com o que é familiar.
Uma fábrica segue um método de produção manual há décadas. Um funcionário sugere automatizar parte do processo para aumentar a eficiência, mas o gerente responde: “Sempre fizemos assim e sempre funcionou, então não há motivo para mudar!” A empresa perde competitividade para concorrentes que adotaram novas tecnologias.
Uma família corta as pontas do assado antes de colocá-lo no forno. Quando perguntam o motivo, ninguém sabe responder. Depois descobrem que a avó fazia isso porque seu forno era pequeno, mas a prática continuou sem necessidade.
Uma escola ensina exclusivamente através de aulas expositivas. Quando um professor sugere métodos mais interativos, a direção responde: “Nossos avós aprenderam assim e se tornaram pessoas bem-sucedidas!” Isso ignora que novas pesquisas mostram formas mais eficazes de aprendizado.
O estudo “Resistance to Change and Tradition Bias” (Wilson & Ross, 2001) mostra que as pessoas tendem a resistir a mudanças simplesmente porque associam tradição à segurança. Os pesquisadores descobriram que esse viés pode levar a decisões irracionais, mesmo quando novas abordagens são claramente superiores.
Referência:
Wilson, A., & Ross, M. (2001). Why We Resist Change: The Psychological Effects of Tradition Bias. Journal of Cognitive Psychology.
A falácia do apelo à tradição nos ensina que devemos respeitar o passado, mas sem deixar de questionar práticas e crenças. Para evitá-la, devemos sempre perguntar: “Essa tradição é realmente a melhor escolha ou apenas seguimos sem questionar?”
O pensamento crítico exige que avaliemos tradições com base em evidências e racionalidade, e não apenas pelo tempo que elas existem.
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