O viés do sobrevivente ocorre quando avaliamos um grupo ou uma situação com base apenas nos casos de sucesso, ignorando aqueles que falharam e foram excluídos da análise. Esse erro cognitivo pode levar a uma superestimação da probabilidade de sucesso ou ao esquecimento das dificuldades e falhas ao longo do processo.
O conceito do viés do sobrevivente se tornou popular na Segunda Guerra Mundial, quando o matemático Abraham Wald analisou aviões que voltavam dos combates. O exército queria reforçar as áreas mais atingidas dos aviões sobreviventes, mas Wald percebeu que estavam ignorando os aviões abatidos. A verdadeira solução era reforçar as áreas onde os aviões destruídos haviam sido atingidos, e não onde os sobreviventes estavam danificados. Desde então, esse viés tem sido amplamente estudado em economia, investimentos e ciência da decisão.
Fernanda decidiu abrir sua própria startup após ler sobre vários empreendedores de sucesso que começaram sem capital inicial e se tornaram milionários. Motivada, ela ignorou as estatísticas de que a maioria das startups fecha nos primeiros cinco anos. Depois de três anos enfrentando dificuldades financeiras e um mercado competitivo, sua empresa não conseguiu sobreviver. Somente então ela percebeu que os casos de sucesso eram exceções amplamente divulgadas, enquanto os inúmeros fracassos nunca foram mencionados.
Durante um documentário sobre a Segunda Guerra Mundial, João ouviu histórias impressionantes de pilotos que voltaram de missões arriscadas e tiveram grande influência na guerra. O que ele não sabia era que muitos outros pilotos nunca voltaram para contar suas histórias, tornando os relatos dos sobreviventes uma visão distorcida da realidade. Ele percebeu isso ao estudar registros históricos e notar que as chances de sobrevivência eram muito menores do que ele havia imaginado inicialmente.
Lucas começou a investir na bolsa de valores após ver vídeos e depoimentos de investidores que multiplicaram seu patrimônio rapidamente. Ele ignorou a alta taxa de falha entre traders iniciantes, acreditando que com dedicação conseguiria o mesmo sucesso. Depois de alguns meses de perdas significativas, ele percebeu que os influenciadores apenas mostravam histórias de quem teve êxito, ocultando os milhares de investidores que perderam dinheiro ao longo do caminho.
O artigo “Survivorship Bias and Mutual Fund Performance: Relevance, Significance, and Methodical Differences”, de Martin Rohleder, Hendrik Scholz e Marco Wilkens, publicado na Review of Finance, discute a relevância do viés do sobrevivente na análise de desempenho de fundos de investimento. O estudo revela que, ao analisar apenas os fundos que ainda existem, os investidores superestimam sua rentabilidade e ignoram os que faliram. Além disso, o artigo aponta que pequenos fundos têm uma relação mais forte entre sobrevivência e desempenho, destacando a importância de considerar os fundos extintos para uma análise mais precisa.
O viés do sobrevivente pode levar a decisões equivocadas em diversas áreas, desde investimentos e empreendedorismo até a história e o aprendizado profissional. Para minimizar seus efeitos, é essencial buscar dados completos, incluindo falhas e insucessos, e questionar se as informações disponíveis refletem toda a realidade ou apenas os casos mais visíveis.
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