O viés da disponibilidade é a tendência de julgarmos a probabilidade de um evento com base na facilidade com que conseguimos lembrar dele. Quando uma informação está mais acessível em nossa memória, tendemos a superestimá-la e tomamos decisões com base nela, ignorando dados mais relevantes ou estatísticas concretas.
O viés da disponibilidade foi identificado pelos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky nos anos 1970, em seus estudos sobre heurísticas e vieses cognitivos. Eles demonstraram que as pessoas julgam a frequência e probabilidade de eventos com base na facilidade com que exemplos vêm à mente, em vez de considerarem estatísticas reais.
Carlos lê frequentemente notícias sobre falências de startups e começa a acreditar que investir em novas empresas é arriscado demais. Ignorando relatórios financeiros detalhados e a taxa de sucesso de diversas startups, ele decide manter todo o seu dinheiro na poupança. No entanto, ao longo dos anos, percebe que perdeu diversas oportunidades de crescimento financeiro por confiar apenas na informação mais disponível em sua memória.
Dra. Helena atendeu recentemente dois pacientes com casos graves de pneumonia atípica. Dias depois, um novo paciente chega ao hospital com sintomas semelhantes. Sem analisar todos os exames e possibilidades, ela diagnostica pneumonia e inicia o tratamento. No entanto, após dias sem melhora, descobre que o paciente, na verdade, tinha uma doença autoimune. Seu julgamento foi influenciado pela disponibilidade do diagnóstico mais recente e não por uma análise mais ampla.
Mariana tem medo de aviões porque sempre vê notícias sobre acidentes aéreos. Apesar das estatísticas mostrarem que aviões são muito mais seguros que carros, sua memória só retém os casos trágicos amplamente divulgados. Por isso, ela evita viagens de avião sempre que possível, optando por longas viagens de carro que, ironicamente, apresentam um risco muito maior de acidente.
O estudo “Effect of Availability Bias and Reflective Reasoning on Diagnostic Accuracy Among Internal Medicine Residents” de Mamede (1910), investigou o viés da disponibilidade em diagnósticos médicos, analisando como médicos residentes eram influenciados por experiências recentes ao diagnosticar novos casos. Os resultados mostraram que residentes do segundo ano cometeram mais erros ao diagnosticar casos semelhantes a pacientes que haviam tratado recentemente, demonstrando que o viés da disponibilidade levou a diagnósticos incorretos. No entanto, quando os residentes usaram o raciocínio reflexivo (analisando cuidadosamente os achados do caso antes de decidir), a precisão do diagnóstico melhorou significativamente.
O viés da disponibilidade pode levar a decisões equivocadas quando confiamos apenas naquilo que é mais fácil de lembrar, em vez de analisar criticamente todas as informações disponíveis. Seja na medicina, nos investimentos ou no dia a dia, é fundamental adotar um pensamento mais reflexivo para minimizar o impacto desse viés. Desenvolver o hábito de questionar nossas intuições e buscar dados concretos pode nos ajudar a tomar decisões mais precisas e fundamentadas.
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